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ALGUM LUGAR

das coisas que se foram
entre asas quebradas, pó,
papeis velhos e memórias
ainda contam segredos;

o espelho já não reflete
a chave não fecha o vazio
o relógio parado no tempo
esfria em horas ausentes;

escadas giram em espiral
para os desertos de gelo
onde hibernam nos sonhos
o quanto será esquecido;

estrelas asfixiam na luz
ventos, silêncios, oceanos...
só queria sair desse lugar
que ficou ausência em mim.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.