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DA COMÉDIA

e a vida ria-se de mim
da minha pouca astúcia
do meu fatalismo do nada
a vida ria, como não rir?

ri com ela, displicente
apaziguado na consciência
de me reconhecer risível
e inserido nessa comédia,

existir é esse mistério
e o tempo...passa rápido
as respostas são adiadas
se houvessem nada diriam,

o que se mede com a dor
senão o limite que somos?
só nos sobra rir, plenos
do que em nós é ausência.

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me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.