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A CAIXA

O poeta tirou da caixa 
Guardada entre palavras
Uma parte das estórias 
Das que sabia contar

Com uma fez mar e céu
O sol a brilhar, enquanto
Trazia montes, oceanos
E cores ao dia branco

De outra extraiu a luz
Da estrela que incendeia
E acendeu pelas noites
Uma copiosa lua cheia

Das coisas esquecidas
Inventou os brinquedos
Que ganham vida no ar
E escondem segredos

Criou magias diversas
Outros passos de dança
Pássaros azuis, e um jeito
De ainda ser criança

Fez o paraíso na terra
O sopro da eternidade
Compôs almas aos pares
A estação da saudade

Depois de tudo contar
De si mesmo deu-se tudo,
Restam-lhe as lonjuras
De silêncios absurdos...

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...