CICLO
Não tenho o que fazer
E então imagino versos
Melhor do que guerras
É reinventar universos
Melhor que navegar só
Ter palavras na vereda
Mais denso que cálculo
Ou musa que interceda
À falta de aventurar-se
Enlouqueceram muitos
Já desaprendi as regras
Dos contratos fortuitos
Deixo a cargo do acaso
Redescobrir a liberdade
As cores de pintar o céu
As paródias da verdade
Não preciso saber muito
Nem desejo saber nada
Nada tenho a que fazer
E reinicio quando acaba.
DESEJO
ambicionava montanhas
na minha cidade não há
assim invento mergulhos,
e me preencho de alturas
que não posso escalar...
precisava de temperança
na minha cobiça não cabe
assim, me rendo à gula,
e tomo o mundo com ganas
mesmo que não o engula...
a necessidade me leva
em busca de uma alquimia
de transmutar os enganos,
e me aferro à lacuna
dos meus anseios humanos...
Sou apreciadora do que escreve. Nossa, seus poemas são tão refinados e dizem tanto! Parabéns!
ResponderExcluirObrigado pelas palavras! Tento passar um pouco do que sinto da vida, das situações, das coisas que me rodeiam. Não sei se tão refinados, mas são versos sinceros. Abraços.
Excluir"assim, me rendo à gula,
ResponderExcluire tomo o mundo com ganas
mesmo que não o engula..."
- Muito bom!
Grato, caro poeta! É bom quando o leitor se identifica com o verso. Seus textos também são expressivos e de muita força imagética. Abraço.
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