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DISFARCE


Me arrasto dos pontais da lua
Ao fio dos meus pensamentos
E estrelas que ainda não vejo
Riscam o céu que me ausento,

É dessa imprecisão que aflora
E além dos arcanos se esconde
O motivo do silêncio das horas
Um lugar que não se sabe onde,                                                                                                   
O barco vai quando amanheço
Regressa no levante de nascer
Além da trilha de encontrar-se,

Adensa o cristalino, e o avesso
No fragmento que contém o ser
E jamais revela do seu disfarce.

Comentários

  1. Por mais que sem métrica - nem heroico nem sáfico -, seu soneto traz um ritmo livre, marcado pela imprecisão e, por isso, desconcertante. Acho belo.

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    Respostas
    1. Fico feliz que tenha gostado, o formato me atrai pelo poder de síntese, o ritmo e a métrica são intuitivos! Grato!

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