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CINZEL

me falha a inspiração
apelo ao meu silêncio
de séculos, guardado
sob a poeira de durar,

por fugir das palavras
é que sei andar na cor
do gosto e na ternura
das paisagens da vida,

se algum poema grita
outros não saem fora
mas se olho de frente
ocultam tudo que sou,

passageiro do inverso
ganho parte de existir
a inventar uns modos
de refletir - asperezas.

Comentários

  1. Desferiu-me em tamanha intensidade.

    Não sei comentar um poema, sequer uma morte. Disse, e digo, novamente, que, quando uma diagonal me acerta, caio para pensar sobre. Sempre assim.

    Volto, volto. Voltarei!

    Simplesmente adorei aqui. É lar!

    Flores, bons dias,

    Cassandra Ferreira.

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    Respostas
    1. Seja sempre bem-vinda! Não é preciso comentar se o sentir já diz tanto! Um lar é mais que casa, lar é coração aberto! E você já conquistou o desse jogral! Grande abraço!

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...

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