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SEM FINAL

que desejo jaz nas gavetas,
a espera de um dia se encontrar
as coisas dadas por perdidas?

que mar não foi conquistado,
adormece sem marés ou estrelas
em terras ainda a descobrir?

que gemidos fechados na casa,
vão a se desfazer em poeira 
enquanto a esperança anoitece?

quantos olhos postos à janela,
vigiam os pássaros de sonhar
que o tempo engoliu nos ninhos?

que danças ficaram no salão,
sem que se pudesse concluí-las
antes do chegar o Armagedon?

que castelos foram tragados
nas mãos imprevistas das ondas
antes de se poder inventá-los?

que vidas foram suspensas
como semente em um solo árido
e a poeira é tudo que resta?

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fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

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