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VIGÍLIA

Escrever dói
mas não como retirar
das pedras
os caminhos perdidos,

Escrever é vão
mas não como olhar
a cera derreter
de círios esquecidos,
                             
A dor é inútil
pois incessante cava
gestos e vazios
macerados em fumo,

E entre a luz
e a sombra das velas
paira a imensidão
de um lugar sem rumo.

Comentários

  1. Muito lindo o poema. Achei muito parecido comigo. Reflete minhas emoções. As vezes sinto como se tivesse acontecendo essa invasão. A realidade, é que todos nós somos bombardeado vinte e quatro horas por dia sobre várias formas de invasão.

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    Respostas
    1. Obrigado, Lima Sousa, nos meus textos tento falar das inquietações e questionamentos que movem a vida! Abraços!

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fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

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