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SALTIMBANCO




Já fui o saltimbanco ligeiro
Disfarçado em alegria,
Nas praças exibi o espetáculo,
Ao meu lado andava a magia
Da ilustrada loucura
E dos pantáculos;

Um dia quebrei as asas
No salto escuro do trapézio,
Entre o infinito e a dor
Vivo agora sem rumo,
Não sou herói nem bandido
Pirata ou domador;

Piso as rimas
Submersas pelo espaço,
Viajo léguas sem compromisso
Até as fragas do sonho,
Não sei o que quero com isso
Porém, disso me refaço.

§§

E lutei, como luta um solitário
Quando alguém lhe perturba a solidão.

Miguel Torga

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

CICLO e outro poema

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