guardo rompantes de nuvens
nas horas em que entardeço
e a terra gira as esquinas
para a lua brilhar seu véu,
quando entre deserto e mar
o que sonho ampara o mundo
ainda que algo sem sentido
hiberne nesse sono sem fim,
escrevo segredos nas pedras
que levam nas asas do tempo
o quanto não vi do incerto
quando o sol despe a aurora…
guardo rompantes de oceanos
nas vezes em que me esqueço
das coisas de pensar a vida
e olho a imensidade seguir,
me disfarço a massa informe
a parte inconclusa, a falta
ondas fiam a carne da noite
por essa ausência no mundo,
dividido em sombra e vazio
viajante do que não alcanço
recluso na própria miragem
tudo
que levo - é esse agora…
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