Pular para o conteúdo principal

AO ÊXTASE

açucares de saliva
bebi no mel do seu desejo
fogo de açafrão, temperos
de lua cheia, sais,
boca aninhada aos seios;

mandrágoras de vidro
seivas agridoces de sorver
gemidos não contidos
tenazes a ferir e sangrar
by Carsten Witte
a língua, e o silêncio;

e havia nos oceanos
uma espuma azul turquesa
anêmonas nas entranhas
um aroma de suores fecundos
em êxtases de agonia;

em qual mundo repousar
tantos corais férteis
e moléculas prenhes de luz?
de que líquido preencher
o mistério em eterna fuga?

e o corpo se eriça
como uma colina de musgos
a ferver pluri-oceanos
num transe de pele nua
a levar infinitos à deriva...


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...