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RETALHOS

Abigail é destra
mas escolheu a esquerda
embora dance muito bem
o que gosta mesmo é de voar
não que uma coisa anule a outra
senão que esta completa aquela;

Rainer é meio vesgo
porém, vê coisas que ninquém ousa
manca de uma perna
contudo, em raros momentos, 
e a sós com seus sonhos,
corre distâncias inimagináveis;

Devaki é idosa e faz doces
criou os filhos, ficou só
as poucas memórias que guarda
ficaram nas trilhas
escritas em seu corpo
pelas mãos de seu amado;

Tzabo é órfão
seu pai é a maior árvore da floresta
sua mãe, uma nuvem de chuva
quando acorda toda manhã
sabe que o dia será bom
pois entre outras coisas, é poeta;

Keiko mora nos montes
e guarda rebanhos de ovelhas
em noites de lua cheia
já deu de pensar que o silêncio
é como correr ao vento
sob um véu bordado de estrelas;

Cisco já viu a morte
por isso respeita a vida
ele sabe que todo o universo
é composto de pequenos retalhos
e juntos formam essa história sem fim
que a terra não cessa de escutar...

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...