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AD INFINITUM

a fúria da carícia
de ventos que não cessam
e ainda assim, pouco
ou nada sabendo, levam
do desvario ao absoluto,

a murmuração de asas
Hiki Komori in www.meiaseis.com
que caem, uma a uma
nos descaminhos do mundo
sem me poder furtar
dos desertos da insônia,
                                
canções e tambores
anunciam outra batalha
chorar, não devo – silencio,
e no nada dizer, grito
à forma inconclusa,

nessa paisagem
sob o crepúsculo lunar
me recorto aquiescências
e presumo naufrágios
em oceanos que não vejo.

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...

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