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NUDEZ

sigo itinerários febris
mino carne de pedras
para o cinzel de durar
antes de vir a aurora,

sou feito de pedaços
afixados na tardança
de jamais completar
as trilhas do mundo,

me perdi tantas vezes
quanto há de estrelas
para rezar um silêncio
que não têm serventia,

me agarro nesse fio
onde rumina a noite
que enlaça os ventos
nas teias das aranhas,

me basta o que existe
o que há de mistério
tem sua hora marcada,     
e tudo sei de esperar.

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