Pular para o conteúdo principal

BELEZA

me dispo na bruma o verbo
na clareira oculto a sombra
provisório, navego o eterno,

nos mares agito os penedos
das cercanias a me revolver
é que cavalgo a fera, o medo,

no corpo estilhacei a palavra
canto, da poeira aos montes
finjo o labirinto que me cava,

sigo a trilha que se esconde
beleza, é esse voar sem asas
numa dor sem saber de onde.

Comentários

  1. Lindo poema. Falar sobre a beleza,o amor e a vida nunca foi difícil aos artistas. Esses nesse ínterim são os mais responsáveis pela beleza que existe.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Lima Sousa, a arte existe para que a realidade não nos mate, como disse o Nietzsche! Abraço!

      Excluir

Postar um comentário

Comente os textos, suas críticas são bem-vindas e sugestões também. Obrigado!

Postagens mais visitadas deste blog

PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...

DIVAGAÇÃO

sob o juízo do provável toda vida seria triste desse caráter da tristeza que a tudo impõe o vinco e fere o que há de leve, mas não me fio apenas nesse lado do controverso pedregoso e duro caminho que é o de manter-se vivo com um mínimo de sentido, nem também me privo da experiência de ousar para além das imposições a liberdade que se busca contraditória, ou não, não precisamos contar seja da vida, ou do ser qualquer coisa ordinária que não nos seja vivida de experiência própria, cada um de nós carrega por imposição, e destino porções fartas dessa dor mas também uma teimosia de enfrentar o que vêm, tristes por condição sonhadores por pretexto guiados pelo imprevisto damos ao norte inevitável o que nos é determinado, então, se a lua submerge as montanhas envelhecem ou nuvens se transfiguram o sem fim mostra o caminho pelos desvios da poesia…