Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2012

DECLARAÇÃO DE CULPA

Colors in the wind - por J. Ribas Sou culpado de subir os degraus  que a lança do sol não quis vencer  e crer em coisas que não acontecem porque um dia podem acontecer, sou o culpado dessa fé persistente do café embotado na xícara sem ler o borrão no último gole do ser de ficar quieto, e continuar a viver; Sou culpado pela insolência do porte pelo desafio da alma, a taça quebrada o açúcar derramado, a poeira no livro pelo sangue no dedo ao cortar o raio  que interrompe o convexo e a maçã, sou culpado pelo pecado mesmo e até pela anuência do pecado na condenação sumária de querer;  Sou culpado do verso que não fiz pela areia no aparelho sanitário pelo assombro falso de sorrir sou culpado pelo tumulto da ordem pelo tempo partido nas asas do colibri, sou o romântico e a desculpa piegas para o entrevero tosco do final e pelos beijos fadados a me trair; Sou o simplório culpado, o esperançoso aquele que fica a espreita da luz

Desapego e outros poemas

DESAPEGO Quero passar pelo mundo De uma ponta a outra da sala de espera E não me dar conta na memória Daquilo que me possa deter o olhar, Que tudo que existe é fátuo Diante das coisas a penumbrar Assim deve-se seguir sem amarras, volátil Como bolhas de sabão pelo ar, Que nem tenho posses, tampouco fazendas Ou possibilidades de ganhos Mais que reprimendas e uns poucos recursos De que não me posso orgulhar, E estar despegado de tudo É a proposta de quem tudo me vai levar Nem a posse de mim mesmo me valida Para jogar apostando a vida.   Pouso - por J. Ribas INVENTÁRIO Ali, guardados entre os despojos Da velha estória, zuniam obscenidades Os vazios largados dos desejos, Esses que por medida nunca vinguei Dos cortes a sangue frio no medo E do mofo das impossibilidades, Estavam crus, indolentes, sem vaidades Servis e rasteiros, ocos de mim... E

Ofício e outro verso

S/ Título - por J. Ribas Um sem fim me guardo na alma Como haver mariposas bêbadas De profundezas que se desatam Em constelações de labaredas O firmamento é pouco espaço Os oceanos submersos em sonho Não sustêm os navios afundados Dos temporais que componho Podia inventar de novas galáxias O lugar que abrigasse todo o grito Que escapa de demorar-se mudo E me lançar aos ecos do infinito Mas apascenta-me ter próximo Na mansarda gasta, a inspiração; E abraço a insignificância do ser  Como areia que levasse o grão...                         REFÚGIO Pouco mais de um começo infinito Segui nos carreiros de Andrômeda O extenso dos campos que habito É por isso que sei os nomes dos rios Que atravessam a alma e a funde Entre toras de palavras e calafrios É por isso que resisto à combustão Ao lançar luz aos umbrais, e enfim Abrasar o temor, a noite e a razão E vejo mover cada onda colhida Mesmo que não exceda o sentido Das