DIÁFANA Ela sofreu, sofreu Até não poder mais, Remexeu no baú de doer, Pôs o ruge manchado do sonho; Inverteu as asas das abelhas, Apagou até as borboletas Entre os últimos vestígios de cores, Suspirou pela ausência de si; Transbordou o seu mundo Gota a gota até o topo do silêncio, Compôs um adágio, e um crepúsculo... Agora, sim, podia chorar. OLHAR Aqueles olhos Rasgam luminescências Pela superfície, Quase se deixam escorrer Da luz a nascer Nos penedos; Poderiam ferir Com a limpidez de sóis No azeviche, Sem deixar de serem Lumes a incendiar Em segredos; Olhos de ver Pela fresta de se descobrir Outros detalhes, Pequenos e imperceptíveis De toda gradação Todos os tons; Olhar de dizer O que sequer se pronuncia Ou sequer fale, Com o alcance do silêncio Que ecoa na alma Os seus ...
de palavras, universos e inconclusões...